sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Cotidiano, o maestro de todas as historias


COTIDIANO, O MAESTRO DE TODAS AS HISTÓRIAS
Luís Carlos Pinto
            Acabo de ler o livro Sobre todas as coisas do professor Eduardo Machado, de Belo Horizonte/MG. As histórias constroem o cotidiano. O cotidiano rege as histórias vividas. Cada um de nós tem um conto escondido no canto das nossas lembranças, das recordações arranjadas na memória. Quando falecem nossas certezas, a memória nos reconduz ao começo de todas as coisas, dos fatos e dos desejos cultivados ao longo da vida. E como é bom ouvir histórias! Como é bom o direito de contá-las. Porque assim nos sentimos integrados a alguém e ao mundo que nos envolve com seus horizontes.
            De cada história que o cotidiano cria, de cada vida em movimento, de cada muro destruído e de cada ponte construída em seu lugar, nós nos amamos e nos reconhecemos no dia a dia da cidade barulhenta e calma, do trabalho, da convivência familiar, dos relacionamentos todos. Não nos completamos no outro, chegamos a ele como temos sido até o primeiro encontro, ele nos acolhe e nos traz a certeza da continuidade. Limites e possibilidades perfazem nossa travessia. Do nosso chão brotam as utopias de alguma coisa melhor que ainda não sabemos o nome... O amor precisa de futuro, de esperanças reconquistadas. O amor precisa das mãos dadas e do sorriso tímido a esperar a hora do abraço.